Acho que muitas pessoas receberam nesses últimos dias um e-mail com o homônimo assunto deste post e com o subtítulo “Trem da Alegria pega filha de Sarney”.
Pois então, mais do que revoltado o fato do nepotismo e falta de caráter (já tão comuns e costumeiros em terras brasilienses), fiquei chocado de como as manchetes se repetem, como os escândalos se repetem, como o brasileiro se repete ao longo da história política do Brasil.
A cada dia vejo que não há nada novo.
A mídia não cria nada, não investiga novos fatos. Na realidade, os fatos são reinventados, com novos nomes e novas formas de atuação. É bem verdade, que no caso do e-mail, o nome não é nada novo. Vinte e três anos depois, o mesmo Sarney continua colocando parentes (sem concurso público) para trabalhar na Casa Legislativa, como se lá fosse a casa dele. Parece que o Senado serve de escritório particular para seus próprios empregados. O pior é ver políticos defendendo a utilização de parentes em cargos de confiança, se o político “não pode confiar nos parentes, não poderá confiar em mais ninguém” (vide matéria).
Não pretendo aqui discutir política, nem as denúncias que aí estão eclodindo a cada dia. O objetivo do blog é outro. Então, vamos a ele.
Como não sabia se o arquivo sobre a matéria do “trem da alegria” era verdadeiro, embora muito interessante e esclarecedora, resolvi checar a informação (dever de todo jornalista, diplomado ou não). Pra minha pouca surpresa, encontrei no Acervo Digital da Veja. E aí chegamos.
Pra quem não sabe, a Veja criou um espaço virtual que disponibiliza a pesquisa de todas as edições já lançadas pela marca. O acervo contempla desde a primeira publicação em 11 de setembro de 1968 (quando tratou do “Grande duelo no mundo comunista”) até a edição da semana passada. Inclusive essa, que consta na edição de 14 de maio de 1986.
Tomara que com esses registros o povo comece a se lembrar mais das coisas...
Acesse: Acervo Digital Veja
Descontando todas as vertentes e posições políticas de Veja, ressalto essa grande iniciativa (que já existe há alguns meses) do grupo Abril em proporcionar acesso livre a todas as publicações da revista (pois até mesmo pra criticar, precisamos conhecer o objeto de crítica).
Considero isso um ato de comunicação pública. Veja transformou seu patrimônio privado em público, social e em fonte de dados sobre a história recente do Brasil.
Então, não perca tempo, acesse, leia, informe-se, pesquise.
Aproveite!
(Esse artigo não recebeu nenhum patrocínio da revista. Ainda! hehe. Foi feito apenas com o intuito de divulgar aos leitores uma boa iniciativa e fonte de informação. E também para que a memória dos brasileiros não seja mais assim tão curta.)